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Finanças pessoais: 5 dicas para sair do vermelho

Mais da metade das famílias brasileiras está endividada. De acordo com a Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor), divulgada em julho pela Confederação Nacional do Comércio, dos 67,4 % dos endividados cerca de 26,3% já estão com contas em atraso — e 12% afirmam que não têm condições de quitá-las. Para sair dessa estatística, a especialista em organização financeira pessoal do Investir, eu?, Simone Sgarbi, preparou dicas valiosas para montar um plano de ação e sair do vermelho. Confira:

Avalie o cenário: liste todas as suas dívidas e faça um levantamento completo de cada uma delas, considerando as seguintes variáveis:

● Qual foi valor inicial efetivo que você pegou emprestado?
● Quantas são as parcelas?
● Há parcelas em atraso? Quantas parcelas já estão pagas e quantas faltam?
● Qual seria o valor para quitar a dívida hoje, à vista?
● Qual o CET (Custo Efetivo Total) de cada uma delas? CET é o valor real de juros da sua dívida, nele estão embutidas todas as taxas cobradas (nunca avalie só os juros informados, pois esse dado não inclui tarifas que fazem diferença no montante final devido. Sempre coloque na sua tabela de dívidas o CET).

Por onde começar depois de coletar todas as informações acima, enumere as dívidas em ordem decrescente, dos valores mais altos para os mais baixos. As mais caras são as que têm um Custo Efetivo Total maior e, por isso, devem ser o seu principal foco de ataque.

Como lidar com as outras dívidas as únicas dívidas que devem ser pagas antes de quitar as do plano de ação que você traçou são as de sobrevivência, como luz, água e gás, além das que têm bens como garantia, tais como financiamento de casa e carro, pois apesar de possuírem, normalmente, juros mais baixos, elas se tornam mais agressivas por terem uma garantia vinculada, tornando possível que o credor peça o bem atrelado.

Fique atento com renegociações só aceite uma renegociação se você tiver certeza de que vai honrar esse compromisso, pois, ao renegociar você troca uma dívida por outra. Inclusive, em muitas delas, você pagará mais do que a dívida inicial, então o que parecia uma solução, na verdade, só aumenta o problema. Antes de negociar, faça um raio-x da sua vida financeira se perguntando:

● Qual o valor líquido que você recebe por mês?
● Quanto paga de contas fixas e variáveis?
● Qual o saldo entre os valores anteriores?

Caso o saldo seja negativo ou empatado, sem diferença para cima ou para baixo, significa que você está vivendo uma vida que não é sua, fora do padrão real das suas finanças. Para evitar que você caia em novas dívidas e consiga quitar as que têm hoje será necessário ajustar essa balança.

Como ajustar o padrão de vida comece dividindo seus gastos em 10 categorias: moradia, alimentação, comunicação, saúde, transporte, educação, lazer, gastos pessoais, serviços financeiros e diversos (gastos esporádicos e sem relação com as outras áreas citadas). Observe os gastos em cada umas categorias e foque em reduções, principalmente, nas três que você gasta mais. Há uma planilha que pode te ajudar com isso disponível aqui.

Ao equilibrar o seu padrão de vida com seus números reais ou aumentar seus ganhos para cobrir o estilo de vida que quer manter, não se esqueça de separar recursos financeiros de uma forma que 70% seja usado no seu padrão de vida atual e os outros 30% sejam divididos entre seu passado, que são as dívidas que você já assumiu, e seu futuro, que são seus sonhos, suas metas.

Uma outra dica é: se você está inadimplente, reúna um valor para tentar quitar as dívidas à vista e com um bom desconto. Se você está endividado, mas tem conseguido pagar, sem entrar em cheque especial ou fazer empréstimos, o ideal é que você monte uma reserva de emergência para evitar cair na inadimplência. Também é importante separar uma parte para investimentos com o objetivo de quitar essas dívidas e deixar seu orçamento mais enxuto. Isso te dará mais liberdade.

Simone Sgarbi
O ponto de virada na vida de Simone Sgarbi aconteceu em um momento em que ela estava sufocada em múltiplas dívidas. Então, pensando em estratégias para sair desse ciclo, ingressou no mundo da educação financeira e, não apenas reverteu sua situação, passando de devedora a investidora, como criou o Investir, eu?, que ajuda outras pessoas a se planejarem financeiramente e a investir.

Especialista em organização financeira pessoal, com formação na FGV (Fundação Getúlio Vargas), no curso Como organizar o orçamento familiar, e pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), nos cursos Mercado financeiro de A a Z e Planejamento de Investimentos, atualmente Simone também promove o Círculo de Educação Financeira que, por meio de pequenos grupos e grade de estudos personalizada, dispõe às pessoas conhecimentos e ferramentas exclusivas para melhorar sua relação com o dinheiro.

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